segunda-feira, 2 de novembro de 2009




- A Reciclagem no Brasil

 
O perfil qualitativo dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, de uma maneira geral, é denominado de " Lixo pobre", por conter uma baixa parcela de materiais reaproveitáveis.

A Constituição Federal estabelece que o Poder Público Municipal é o órgão responsável pela coleta de lixo, além da limpeza das ruas e praças da cidade. Formas inadequadas de acondicionamento de lixo podem gerar grandes prejuízos ao meio ambiente. Os lixões, por exemplo, são formas inadequadas de acondicionamento, pois são responsáveis pela proliferação de doenças, solo contaminado e mau cheiro.

O Brasil, mesmo quando comparado a alguns países desenvolvidos, apresenta elevados índices de reciclagem. O país desenvolveu métodos próprios para incrementar essa atividade e o maior engajamento da população pode contribuir ainda mais, para o aumento do índice de embalagens reaproveitadas.

Análise da Reciclagem no Brasil por material:

Vidro
46% das embalagens de vidro são recicladas no Brasil somando 390 mil ton/ano. Desse total, 40% são oriundos da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10% do "canal frio" (bares, restaurantes, etc) e 10% do refugo da indústria. Nos EUA, o índice de reciclagem gira em torno de 40%, correspondendo a 2,5 milhões de toneladas, na Suíça (92%), na Finlândia (91%), na Noruega e Bélgica (88%).
Em 2003, 45% do total de vidro que circula no mercado nacional foram reciclados, somando mais de 580 mil toneladas. Este índice praticamente dobrou em uma década, visto que em 1993 o índice de reciclagem era de 25% do total produzido deste material.
Em 2007, 47% do total de vidro que circula no mercado nacional foram reciclados, enquanto que os Estados Unidos reciclaram 40%.
Com um quilo de vidro se faz outro quilo de vidro, com perda zero e sem poluição para o meio ambiente. Além da vantagem do reaproveitamento de 100% do caco, a reciclagem permite poupar matérias primas naturais, como areia, barrilha, calcário, etc. Esse material reciclado pode ser aplicado em segmentos como pavimentação de estradas, fibra de vidro, bijuterias e muitos outros.

- Limitações: A reciclagem desse material não é maior devido ao seu peso, o que encarece o custo do transporte da sucata. Além disso, o material não pode estar misturado com pedaços de cristais, espelhos, lâmpadas ou até mesmo vidro plano usado para automóveis, pois a química do material é diferente o que impede a reciclagem.

Papel e Papelão
33% do papel que circulou no País em 2004 retornou à produção através da reciclagem. Esse índice corresponde à  aproximadamente 2 milhões de toneladas. A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais. No Brasil as indústrias consumiram 2,8 milhões de toneladas de papel reciclado.
As caixas feitas em papel ondulado são facilmente recicláveis, consumidas principalmente pelas indústrias de embalagens, responsáveis pela utilização de 64,5% das aparas recicladas no Brasil. Em 2004, 79% do volume total de papel ondulado consumido no Brasil foi reciclado. Nos EUA a recuperação de embalagens de Papelão Ondulado atingiu em 2003 74%, com 23.165 mil toneladas de aparas recuperadas.No mercado americano, as caixas onduladas têm 21% de sua composição proveniente de papel reciclado.
Em 2007 as porcentagens no Brasil foram de:
79,5% - papelão ondulado
38,1% - papel de escritório
- Limitações: A contaminação com cera, óleo, plástico e outros materiais prejudicam a reciclagem destes. Porém, como as caixas de papelão ondulado não cabem em cestas de lixo, são coletadas separadamente diminuindo o risco de contaminação do material.

Embalagens Compostas (Longa Vida)


25,5% foi a taxa de reciclagem de Embalagens Longa Vida no Brasil em 2007 totalizando cerca de 48.500 mil toneladas. Na Europa, em 2007 a reciclagem deste material ficou em 30%. Cada tonelada de embalagem cartonada reciclada gera, aproximadamente, 680 quilos de papel kraft. No Brasil, é previsto um aumento constante da reciclagem dessas embalagens devido à expansão das iniciativas de coleta seletiva com organização de municípios, cooperativas e comunidade e ao desenvolvimento de novos processos tecnológicos. A taxa de reciclagem mundial é de 16% de Embalagens Longa Vida pós-consumo. Em 2003 a taxa de reciclagem das embalagens longa vida no Brasil foi de 20% totalizando cerca de 30 mil toneladas. A partir da reciclagem dessas embalagens é possível obter fibras para confecção de caixas de papelão e plástico/alumínio que podem ser utilizados para fabricação de peças plásticas como vassouras, canetas e até placas e telhas.
- Limitações: Uma vez as embalagens longa vida separadas na coleta seletiva e encaminhadas para as indústrias recicladoras adequadas, não há limitações para a sua reciclagem e reaproveitamento de todas as suas camadas. Entretanto, alguns cuidados podem auxiliar na melhor separação e armazenamento na coleta seletiva. É importante que as embalagens estejam livres de resíduos orgânicos como restos de comidas, pois isso evita odores desagradáveis ao material armazenado. Outra forma de contribuir, é manter as embalagens compactas (sem ar), pois diminui o volume de material que deve ser encaminhado para coleta seletiva.
 
Metal
Aço

47% das latas de aço consumidas no Brasil em 2003 foram recicladas. Este índice vem aumentando graças à ampliação de programas de coleta seletiva municipais e programas de reciclagem pós-consumo para estimular a coleta destas embalagens. Esta iniciativa permitiu à embalagem de bebida carbonatada atingir o índice de 78% de reciclagem, número auditado por empresa independente.

Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres foram recicladas e no Japão 86%. A cada ano são recicladas no mundo 385 milhões de toneladas de aço.
Em 2007, 49% da produção nacional foi reciclada.

Se considerarmos os índices de reciclagem de carros velhos, eletrodomésticos, resíduos de construção civil, ou seja, todos os segmentos do aço e somarmos aos índices das embalagens deste material, o Brasil recicla cerca de 70% de todo o aço produzido anualmente.
- Limitações: As latas devem estar livres das impurezas contidas no lixo, principalmente terra e outros materiais metálicos. O estanho em concentração elevada pode dificultar a reciclagem fazendo-se necessária a retirada deste por processos metalúrgicos que encarecem o processo.


Alumínio
Em 2005, o Brasil reciclou aproximadamente 9,4 bilhões de latas de alumínio, que representa 127,6 mil toneladas.
O material é recolhido e armazenado por uma rede de aproximadamente 130 mil sucateiros, responsáveis por 50% do suprimento de sucata de alumínio à indústria. Outra parte é recolhida por supermercados, escolas, empresas e entidades filantrópicas. O mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio, entre 2000 e 2005, teve um crescimento significativo, devido ao aumento da participação de condomínios e clubes nos programas de coleta seletiva. Outro dado relevante é o surgimento de cooperativas e associações de catadores em todo o país: a participação dessas entidades na coleta de latas de alumínio passou de 43% em 2000 para 52% em 2005. 96,2% da produção nacional de latas foi reciclada em 2005. Em 2004, o índice foi de 96%. Os números brasileiros superam países industrializados como Japão e EUA. Em 2005, os Estados Unidos recuperaram 52% de suas latinhas. O alumínio é reciclável sem perder as suas características, por isso latas e outros tipos de sucata (perfis, panelas, peças fundidas, etc), podem ser reutilizadas como outros produtos semi-manufaturados de alumínio, com características técnicas necessárias para atender às diversas aplicações.
A reciclagem do alumínio em 2007 alcançou os seguintes índices:
Brasil - 96,5%
Japão - 90,9%
Argentina - 88,2%
Estados Unidos - 51,6%

- Limitações: A contaminação com matéria orgânica, a mistura com outros materiais, areia ou até mesmo excesso de umidade interferem na reciclagem do alumínio, dificultando sua recuperação para usos mais nobres.


Plásticos
16,5% dos plásticos rígidos e filme são reciclados em média no Brasil, o que equivale a cerca de 200 mil toneladas por ano. Não há dados específicos para o plástico filme. Em média, o material corresponde a 29% do total de plásticos separados pelas cidades que fazem coleta seletiva. A taxa de reciclagem de plástico na Europa há anos está estabilizada em 22%, sendo que em alguns países a prática é impositiva e regulada por legislações complexas e custosas para a população local, diferentemente do Brasil, onde a reciclagem acontece de forma espontânea. O Brasil ocupa o 4º lugar na reciclagem mecânica do plástico, ficando atrás, apenas da Alemanha, Áustria e EUA. Em 2004 a Europa reciclou 10,5% dos plásticos, o que equivale a  48 mil toneladas.
O índice de reciclagem dos plásticos rígidos e filme em 2007 no Brasil foram de:
Plástico rígido - 21,2%
Plástico filme - 22%
- Limitações: A contaminação do material com a matéria orgânica, areia ou óleo e a mistura de polímeros que não são quimicamente compatíveis prejudicam o processo de reciclagem. Sendo assim, os vários tipos de polímeros precisam ser identificados e separados, através dos símbolos padronizados que identificam cada material.


PET – Poli (Tereftalato de Etileno)
O índice de reciclagem brasileiro do PET é de  51,3 %,  o maior  do mundo entre os países onde não há coleta seletiva. Em 200 6 ,  o volume reciclado  foi de 19 4 mil toneladas de  embalagens de PET .  A capacidade instalada  é de 24 2 mil toneladas. Entre os estados brasileiros, São Paulo detém a maior participação na reciclagem,  seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O PET reciclado é utilizado principalmente para a produção de  fibras de poliéster (40%), extrusão de chapas  ( 16% ) e filmes para termoformagem (15%). Vários outros setores, entretanto, utilizam as embalagens de PET recicladas como matéria-prima: resinas  para tintas, vernizes, adesivos e resina poliéster , tubos e vários outros.
No Brasil,  51,3 % das embalagens pós-consumo foram efetivamente recicladas em 200 6 , totalizando  1 94 mil toneladas , num crescimento de 11,5% sobre o ano anterior . As garrafas são recuperadas principalmente através de catadores, além de fábricas e da coleta seletiva operada por municípios. Os programas oficiais de coleta seletiva, que existem em mais de 200 cidades do País, recuperam por volta de 1000 toneladas por ano. Além de garrafas descartáveis, existem no mercado nacional 70 milhões de garrafas de refrigerantes retornáveis, produzidas com este material. No Brasil a taxa de reciclagem de resinas de PET apresenta crescimento anual acima de 20% desde 1997, com picos de 35% (entre 2002/2003). Entre 2003 e 2004 o crescimento da indústria recicladora de PET foi da ordem de 22%.
Em 2007 o Brasil reciclou 51,3% das embalagens PET produzidas no país.
No mesmo ano o Japão reciclou 62%, Europa 38,6%, Argentina 27,1%, Austrália 27%, Estados Unidos 23,5% e México 11%.
Cinquenta e oito  indústrias processam o PET pós-consumo, produzindo bens como embalagens para não-alimentícios, fibra de poliéster para indústria têxtil, mantas para obras de geotecnia, vassouras e escovas, cordas, produtos de uso doméstico, tubos para esgotamento predial, telhas, filmes, chapas, etc.

- Limitações: O consumidor ainda não está totalmente informado sobre a possibilidade de reciclagem e o conseqüente valor econômico da garrafa PET pós-consumo. Com isso, as embalagens acabam descartadas no lixo comum. Por outro lado, a falta de sistemas eficientes de coleta seletiva impedem a recuperação das garrafas, que acabam perdidas em aterros sanitários e lixões.

INDICES DE RECICLAGEM NO BRASIL E NO MUNDO
Reciclagem no Brasil e no Mundo

A Reciclagem de Plásticos
Brasil 17,5%
Argentina, Uruguai e Paraguai 5%
Chile Menos que 5%
Alemanha 60%
Espanha 17%
França 15%
República Tcheca 27%
Bélgica 28,5%
Polônia 7%
Suécia 17,6%
Luxemburgo 28%
Estados Unidos 13,5% - maioria garrafas de refrigerantes, água e leite
Colômbia 6%
Fontes: Cempre - somente pós consumo/Pro-Europe/EPA (2001)/Tetra Pak Américas

Reciclagem de Papel/Papelão
Brasil 43,9% papelcartão
73% papelão ondulado
Argentina, Uruguai e Paraguai 10%
México 60%
Espanha 52,7%
França 45%
República Tcheca 62%
Noruega 51%
Polônia 38%
Suécia 43,7%
Portugal 16%
Luxemburgo 85%
Estados Unidos 55%
Colômbia 35%
Fontes: Cempre - somente pós consumo/Tetra Pak Américas (1999)/Pro-Europe/EPA (2001)

Reciclagem de latas de aço
Brasil 45% - latas em geral
78% - latas de aço para bebidas
Argentina, Uruguai e Paraguai 15%
Chile 10%
Peru, Bolívia e Equador 25%
Espanha 45%
República Tcheca 35%
Bélgica 96,5%
Suécia 62%
Estados Unidos 59% (maioria latas de aço)
Fontes: Cempre - somentes pós consumo/Pro-Europe/EPA (2001)/Tetra Pak Américas


Reciclagem de vidro/apenas embalagens
Brasil 44%
Chile 5%
México 50%
República Tcheca 57%
Letônia 27%
Noruega 87,2%
Polônia 13%
Suécia 87,5%
Estados Unidos 22%
Colômbia 16%
Fontes: Cempre - somente pós consumo/Tetra Pak Américas/Pro-Europe (2002)

Reciclagem de embalagens de alumínio
Brasil 87%
Argentina, Uruguai e Paraguai 60%
Alemanha 97%
França 20%
Noruega 60%
Polônia 15%
Portugal 7%
Estados Unidos 49%
Colômbia 38%
Fontes: Cempre - somente pós consumo/Tetra Pak Américas/Pro-Europe/EPA (2001)

Destino dos resíduos sólidos urbanos
País
Aterros
Incineração com
recuperação
de energia
Compostagem
Reciclagem
Brasil 90% (aterros ou lixões)
____
1,5% 8%
México 97,6% (aterros ou lixões)
____
____
2,4%
Estados Unidos 55,4% 15,5% 29,1% compostagem + reciclagem
Alemanha 50% 30% 5% 15%
França 48% 40% 12% compostagem + reciclagem
Suécia 40% 52% 5% 3%
Austrália 80% Menos de 1% Insignificante 20%
Israel 87%
____
____
13%
Grécia 95% (aterros ou lixões)
____
____
5%
Itália 80% 7% 10% 3%
Reino Unido 83% 8% 1% 8%
Holanda 12% 42% 7% 39%
Suíça 13% 45% 11% 31%
Dinamarca 11% 58% 2% 29%
Fontes: Cempre/Tetra Pak Américas/EPA/Nolan - ITU Pty (2002)

Geração de resíduos sólidos urbanos per capital
País kg/hab/dia
Brasil 0,70
Uruguai 0,90
México 0,87
Estados Unidos 2,00
Canadá 1,70
Alemanha 0,90
Suécia 0,90
Fontes: Cempre/Tetra Pak Américas/Pro Europe/EPA (Enviroment Protection Agency) EUA (2002)

Composição dos resíduos sólidos urbanos
  Orgânico Metais Plásticos Papel/Papelão Vidro Outros
Brasil 55% 2% 3% 25% 2% 13%
México 42,6% 3,8% 6,6% 16,0% 7,4% 23,6%
Estados Unidos 11,2% 7,8% 10,7% 37,4% 5,5% 27,4% (com resíduos de tipo vegetal, têxtil e madeira)
Fontes: Cempre/Tetra Pak Américas/EPA (2002)

Reciclagem de resíduos orgânicos
Brasil 1,5%
Argentina, Uruguai e Paraguai Menos que 5%
Estados Unidos 59,3%
Fontes: Cempre - somente pós consumo/EPA (2001)

Tabela geral de reciclagem em 2007
Vidro País Ano
47% Brasil 2007
40% Estados 2007
Papel    
79,5% - Papelão ondulado Brasil 2007
38,1% - Papel de escritório Brasil 2007
Longa Vida    
25,5% Brasil 2007
30% Europa 2007
Aço    
49% Brasil 2007
Alumínio    
96,5% Brasil 2007
90,9% Japão 2007
88,2% Argentina 2007
51,6% Estados Unidos 2007
Plástico    
21,2% - Plástico rígido Brasil 2007
22% - Plástico Filme Brasil 2007
PET    
51,3% Brasil 2007
62% Japão 2007
38,6% Europa 2007
27,1% Argentina 2007
27% Austrália 2007
23,5% Estados Unidos 2007
11% México 2007
Fonte: Cempre 
     
'Luanna Gabryela & Raíza Macêdo'
                                     



         

4 comentários:

  1. Feliz em saber que o nosso país está crescendo cada vez mais na área da reciclagem!

    ' Rafael Sales.

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  2. Concordo com você a reciclagem nos mostra o quanto e bom reciclarmos!!


    Luanna Gabryela

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  3. Muito rico esse trabalho!

    Mariana Nunes

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  4. Muito importante essa postagem,mostra o interesse dos brasil sobre a reciclagem ea preocupaçao com o meio ambiente.

    Iago Sena

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